As abordagens que fizemos anteriormente tinham (ou
têm) uma maior incidência naquilo que é a nossa memória, vivências pessoais e
experiências familiares que assentam nos finais dos anos 50. Agora vamos
acompanhar o nosso crescimento emparelhado no “DESENVOLVIMENTO” daquela
que iria ser o maior suporte Industrial de Avintes e nos acompanhou até aos
dias de hoje.
Já falamos no fabrico das carroçarias para autocarros, uma
fábrica de reutilização de papel/cartão velho e usado em folhas de cartão para
os mais variados fins. Vamos falar da Industria de Calçado e da sua importância
para a economia LOCAL.
Avintes, ia deixando de ser uma terra
com uma vertente rural muito grande, porque a solicitação das várias industrias
que iam florescendo cá na “TERRA”
levaram as pessoas a enveredarem por “carreiras” profissionais que a Industria
local lhes ia “oferecendo”.
Ao mesmo tempo que “importava” mão de
obra para o desenvolvimento das mais variadas atividades, abriam-se outros
“mercados” que “consumiam” mão de obra cada vez mais especializada e que dada a
diversidade as pessoas de Avintes foram á procura porque as saídas
profissionais que lhes “ofereciam”; em Avintes não existiam.
No artigo anterior, salientamos as
movimentações de pessoas com destino das freguesias vizinhas que se deslocavam
diariamente para ocupar os mais variados postos de trabalho na Industria Avintense, começava-se a assistir a
uma inversão dos movimentos, e ao mesmo tempo que se continuava a assistir ás
chegadas, partiam diariamente centenas de Avintenses para o seus destinos
profissionais.
Eram maioritariamente no Comércio e nos
mais variados “serviços”, com maior incidência no sector automóvel que se
empregavam os Avintenses que saíam da terra, abriam-se as portas dos Armazéns
de Vinho do Porto, onde centenas de pessoas ganhavam a sua vida. Os autocarros
viajavam com grande azafama entre Lever/Crestuma/ Avintes/Oliveira do
Douro/Gaia/Porto , era um corrupio de pessoas que em Avintes ou fora criavam
meios para a evolução do comércio local que nos permitiu ser uma comunidade
mais próspera.
As razões por que lhes falamos da Industria
de calçado, não será pelos melhores motivos; á degradação do parque
Industrial de Avintes não é estranha o “afundamento “ da maior fonte
empregadora da nossa Terra.
Ao abordar este tema, não queremos
aqui fazer qualquer tipo de apreciação/juízos de valor sobre os motivos/causas,
nem que as imagens sirvam para apontarem o que quer que seja, queremos
simplesmente transmitir a constatação de factos que nos levaram a ficar mais pobres.
Lembramo-nos o grande desenvolvimento
desta industria nos anos 60/70 segue-se o período pós 25 de Abril que veio
alterar algumas regras no mercado, as consequências foram nuns casos favorável,
outros não se adaptaram ás mudanças e entram numa fase de estagnação que as
levariam á rutura técnica e económica.
O desenvolvimento foi-se perlongando
pelos anos 80/90 e eram bem visíveis a satisfação de empregados e empregadores,
as fábricas iam-se modernizando com maquinas e instalações, abriram-se
horizontes políticos/económicos que iriam revolucionar a industria do calçado
em Avintes.
Numa visão “diferente", apareceram
os “ALEMÃES”,
que se instalaram inicialmente numa pequena fábrica junto ao cruzeiro (de
baixo) por volta de 1975 e onde se mantiveram durante alguns anos e num
crescendo de atividade acabaram por construir uma fábrica de raiz e do mais
moderno que havia no sector. Decorreriam os anos de 79/80 quando passaram para
as novas instalações e numa estratégia de crescimento e modernização de todo o sistema
de fabrico com maquinaria e pessoal especializado que entretanto recrutaram na
industria local. Centenas de pessoas de Avintes e outras localidades mais
próximas trabalhavam diariamente na “ARA” em Avintes. Em paralelo outras
fábricas acompanhavam o desenvolvimento, período de grande prosperidade, não
faltava trabalho, os rendimentos familiares permitiam mais qualidade de vida e
maior investimento no comércio local.
Como tudo o que “NASCE”, “CRESCE” e “ MORRE”,
acabamos por assistir ao desmembramento desta Industria, hoje resumem-se a
algumas (muito poucas) que souberam ajustar-se aos novos tempos e ainda mantêm
acesa a “Industria de calçado” em Avintes.
Aproveitamos para manifestar os nossos
votos de prosperidade á Industria que resta e desejar que o “Tempo” nos traga
esta ou outra atividade para ajudar ao
desenvolvimento económico da Avintes.
Hoje sentimo-nos mais pobres, percebemos
que muito dificilmente regressaremos a esses tempos áureos em que quase tudo se
movia á volta desta Industria, esperemos que se criem condições politicas e de
logística para “trazer” para Avintes alguns sectores de Industria que crie
empregabilidade para as nossa “gente”, temos que criar condições para que se
“prendam” os nossos jovens á sua “TERRA”, acessibilidades que permitam “rasgar”
Avintes ao meio e façam chegar os mais variados meios de transporte a zonas
hoje quase impenetráveis. Não podemos continuar a usar a 222 como o eixo de
referência, precisamos de dar vida á zona norte da Vila e para isso só com uma
rede de estradas que permitam levar a “MODERNIDADE” e os empreendedores até lá.
Nota: Por
razões de respeito, não falamos em nomes de pessoas, nem firmas. A
exposição de fotos não retratam mais que os cenários reais e sem qualquer
intenção incriminatória, porque até nem conhecemos em pormenor caso a caso:
O "KusKas"
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